Talvez porque acredito que defender um teatro no feminino, é reduzir a complexidade da expressão artística à categoria cor-de-rosa facilmente identificável dos assuntos de mulheres, não nos permitindo falar de outros temas, de todos os temas, como parece ser o privilégio dos nossos colegas homens, ao longo de séculos e séculos. No entanto, a minha experiência do mundo é a experiência de ser sobrevivente da violência machista, que passa de geração em geração, e qualquer mulher tem de enfrentar em algum momento da sua vida, seja na vida pública, seja na intimidade. A minha experiência é também a da herança devastadora do colonialismo e do capitalismo demasiado instalados nos nossos corpos, hábitos, crenças, há demasiado tempo, pelo que as nossas criações teriam de tocar necessariamente essas experiências.
Perhaps because I believe that defending a feminine theatre is to reduce the complexity of artistic expression the the easily identifiable pink category of women’s issues, forbidding us to talk about other subjects, about all subjects, as seems to be the privilege of our male colleagues, for centuries and centuries. However, my experience of the world is of being a survivor of chauvinistic violence, which moves down from generation to generation, and any and all women has to face at some point in her life, whether it be publicly or intimately. My experience is also that of the devastating legacy of colonialism and capitalism that have been exorbitantly ingrained in our bodies, habits and beliefs, for far too long, so our creations would necessarily have to touch on these experiences.
WOS #1, CRIADORAS: WE DON´T NEED ANOTHER HERO