Como contributo para a construção da minha certa ética feminina, ganhei uma maior clarividência sobre a representação da mulher no teatro e uma profunda consciência de como encaro a liderança. E a forma como hoje encaro a liderança foi muito construída por oposição ao referencial que tinha. Recuso linearmente a convencionada cultura de processos hierarquizados, em que o encenador está acima de todos os outros. Revejo-me antes numa prática da encenação que atribui aos actores a função de motor criativo, e que se estabelece como agregadora de sensibilidades e construtora de pontes, criando uma liderança mais horizontal, pois acredito que dela resulta uma linguagem singular partilhada e não imposta.
Então, apercebo-me que o que chamo hoje de certa ética feminina tem repercussão nos temas que escolho, assentes num olhar assumidamente feminino, socialmente implicado e criativamente desafiante para os actores, através de uma linguagem que privilegia a sensação a par do entendimento.
As a contribution to the construction of my certa ética feminina, I achieved a clearer look about the representation of women in the theatre and a profound consciousness of how I face leadership. The way I face leadership today it was built a lot by opposition to the references that I had. I refuse the linear and conventional culture of the hirerachic processes. I see myself in a practice of directing that gives to the actors the creative tolls to function, that sets an aggregator of sensibilities and buildes bridges, that creates a more horizontal leadership, and from that I believe it results in a singular language that is shared and not imposed.
Then, I realise that what I call today certa ética feminina has a repercussion in the themes I choose, set on an assumed feminine look, and creatively challenging to the actors, through a privileged language of the sensation on par with the understanding.
WOS #1, CRIADORAS