ISABEL MÕES
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ISABEL MÕES

Mas foi mais tarde, com Por Revelar (2015) que comecei um trabalho de pensamento e experiência sobre formas de trabalhar a memória e o documento no texto e em cena, e que me relacionei com a fotografia como objecto de estudo – paixão que não tem fim à vista. É a partir da descrição da colecção de fotografias perdidas da minha avó – fotografias, como a do seu casamento, que lhe tiraram mas que ela nunca viu – e da revelação de um conjunto de rolos com mais de vinte anos, que surge a pergunta central; como nos relacionamos emocionalmente com a fotografia? A dramaturgia está sustentada em torno da reconstrução imaginada do objecto fotográfico desaparecido, o que chamo de memória da fotografia, e que se edifica naquilo que Roland Barthes determina como o esforço de silêncio, ou a possibilidade de ver e ser tocado, mesmo sem a presença da imagem.


But it was later, with Por Revelar (2015), that I began a work of thought and experience on ways of working, on stage, the theme of memory, and then I found photography as an object of study – for me a passion that has no end in sight. It is from the description of my grandmother’s collection of lost photographs – photographs, like the one of her wedding, that were taken of her but that she never saw – plus the revelation of a set of film that was over twenty years old. The central question arises; How do we emotionally relate to photography? The dramaturgy is based around the reconstruction of a photographic object, that I call the memory of photography, which is built on what Roland Barthes determines as the effort of silence, or the possibility of seeing and being touched, even without the presence of an image.

WOS #1, CRIADORAS: O TEU TEATRO É SEMPRE POLÍTICO