Não queríamos declamar poesia, queríamos construir um universo novo, teatral, com personagens, onde essas palavras, algumas antigas e outras muito novas, ganhassem vida, ganhassem a nossa vida e a transformassem em algo melhor. Para isso foi necessário sermos dramaturgos, ou melhor, dramaturgistas. Foi necessário construir, com os poemas e excertos de textos que queríamos usar/ler em cena, um texto teatral. À medida que fomos construindo este percurso, a realidade, essa abusadora, foi pedindo e exigindo novos desafios: de público – do infantil aos mais velhos, das prisões às escolas, das tertúlias dos entendidos aos lares de idosos, de temas – autores, instituições e datas a celebrar, de tecnologia – começámos com leitores de cds e projectores e chegámos aos dados transmitidos via wifi e iluminação feita com telemóveis.
We didn’t want to recite poetry, we wanted to build a new, theatrical universe, with characters, where those words, some old and others very new, gain a new life, our life, and transform into something better. For that purpose, we became playwrights, or rather, dramatists. It was necessary to build a theatrical piece based on the poems and excerpts we read. As we were paving this path, reality demanded new challenges: from the audience – children to the elderly, from prisons to schools, from meetings with experts to retirement homes, from themes – authors, important dates, institutions, and from technology – we started with CD players and projectors, wifi, and lighting made with mobile phones.
WOS #1, CRIADORAS